Tradição na Modernidade
Na Rua Elias Garcia, 55 em Almada, procedeu-se à alteração e ampliação de uma habitação bifamiliar de construção anterior a 1951. A intervenção teve como objectivo não só de melhoramento construtivo, mas, acima de tudo, arquitetónico.
Na mesma localização, existem imóveis de diferentes épocas arquitectonicas. O projecto assumiu e intensificou esses diferentes tempos na mesma propriedade. Deu-se seguimento à estética popular, nomeadamente pela utilização de molduras nas janelas e cobertura inclinada, mas a composição global mostra uma ordem contemporânea, nomeadamente pela utilização de volumes encaixados e destacados que dão plasticidade ao edifício.
Espaço num centro urbano
A composição global do edifício mostra uma ordem contemporânea, nomeadamente pela utilização de volumes encaixados e destacados que dão plasticidade ao imóvel. O tom vermelho assume a modernidade da construção, tanto no alçado principal como tardoz, em conjugação com o volume da claraboia da escada comum.
Redimensionou-se a altura do edifício de forma a compatibilizar-se com a edificação do lado esquerdo (a nascente) com o alinhamento da cércea, apesar do desnível da rua ser contrária ao desenvolvimento em banda.
Por outro lado, esta intervenção visou uma maior integração urbana na envolvente, reduzindo o impacto do edifício de habitação coletiva de cinco pisos do lado direito.
Manteve-se a ideia de um telhado de duas águas com algeroz, resultando num melhor enquadramento e relacionamento com os edifícios vizinhos, assim como uma geometrização mais perfeita do telhado relativamente à área disponível e esconsa.
Foram criadas 2 frações duplex, encaixadas entre si como que dois L’s se tratassem, isto é, a fração T3 ocupa todo o rés-do-chão, abrangendo o logradouro (área descoberta), e metade do 1º andar.
A outra fração T2 ocupa metade do 1º andar e todo o 2º andar.
Este projeto Elias Garcia foi muito mais do que o respeito pelo edificado e seu enquadramento histórico – foi, acima de tudo, uma valorização importante do edificado existente, um melhoramento das condições de vida dos futuros habitantes e eliminação de incongruências arquitetónicas, mesmo sendo classificadas como edifício ou zonas históricas.
Elias Garcia - Mais que uma renovação
A renovação urbana é essencial à sobrevivência das áreas urbanas antigas, o que só será possível com boas soluções de arquitetura de cada um dos edifícios, em relação a um todo edificado.
Com esta operação de renovação urbana, a Metathesis, retirou do património habitacional de Almada um edício em ruinas para nele edificar um imóvel consistente. Este é adequado a duas famílias jovens urbanas que irão consumir em Almada, ter os seus filhos em Almada e aproveitar a qualidade de vida que esta cidade proporciona aos jovens casais.